terça-feira, 30 de novembro de 2010

Damon Visita... - Uma Visita Para As Denali

Alasca. Que lugarzinho mais desagradavelmente gelado!

Continuei rondando com meu carro pelas estradas com a sensação de estar dentro de um freezer, até que, por fim, encontrei uma casinha escura em meio a tanto branco após um grande lago congelado. Até que seria divertido passar alguns dias por aqui.

Saí do carro, e então senti que poderia virar um boneco de neve mais do que instantaneamente. Voltei para o carro e vesti outra blusa grossa de pelos. Eu me sentia aquela tal de Coco Channel com tantos casacos de peles.

Frio à parte, era sim a casa das beldades do Alasca, a tal das Denali da qual o grandão disse.

Bem, fui caminhando em direção à casa, passando por cima do lago congelado. Se esse gelo quebrasse, eu estaria frito. Não, eu estaria literalmente numa fria!

Quase chegando na casa, ouvi alguns barulhos do lado de fora. Ignorei. Poderia ser apenas mais um desses animais com sangue de gosto péssimo. Todos os animais por aqui devem ser vegetarianos... Horrível.

Subi alguns degraus da escada, mas então senti a presença de alguém. Era alguém me olhando por trás. E isso era tão desconfortável quanto estar andando no gelo.

Me virei para ver quem era o sem graça que me encarava. Um homem me esperava. De expressões frias, assim como o lugar, ele começou a me interrogar feito aqueles filmes do velho oeste – tirando o fato de não fazer nem um pouquinho de calor aqui.

- Quem é você?

- Damon Salvatore, e você?!

- O que você quer aqui?

- Eu gostaria de abrigo, está fazendo frio, não sei se você percebeu isso já!

- Como chegou até aqui?

- Aquele negócio preto parado ali do outro lado chama-se carro. Dentro dele, tem combustível que serve para fazer com que o carro se movimente! – Eu era extremamente bom em metáforas...

- Eu sei que aquilo é um carro! – Pena que nem todos admitem essa minha habilidade. – Mas como chegou aqui?

- Já lhe expliquei! Aquele negócio lá parado é um carro...

- Eu não quis dizer desta maneira...

- Então explique-se, ué!

- Como veio parar aqui? Como nos encontrou?

- Bem, eu estava de passagem e aí meu carro começou a falhar...

- Sei... – Ele não estava acreditando em minha mentira?! Droga!

- É verdade!

- Quer saber de uma coisa?

- Sim, claro... – Obediência sempre funcionava, às vezes...

- Não confio em você. Você tem cara de desordeiro, e só veio aqui arrumar confusão para nós. Nos deixe em paz! – Bem... Às vezes funcionava... Às vezes...

- Olhe, não vim aqui para brigar, ok?! – Até porque já briguei demais em outro lugarzinho...

- O que quer aqui?!

- Passear!

Ele ficou me olhando com cara de desconfiado – parecia ser a única expressão que ele tinha.

Ele foi falar algo, mas foi interrompido pela porta. Ela rangeu fortemente, e então pensei que realmente essa era uma casa de homens chatos e ignorantes que nem prestam para cuidar do ambiente. Mais ou menos o meu estilo de vida.

Mas, para minha surpresa, a primeira beldade apareceu.

- Eleazar, por que continua aí fora?! Pensei que iria entrar assim que viesse!

- Sim, me desculpe, querida. Eu ia entrar mas então dei de cara com esse... com esse cara!

Ela ficou me olhando, o que me deu liberdade o suficiente para me apresentar.

- Sou Damon Salvatore, e você é quem querida?!

- Carmem.

- Primeiro: ela é minha “querida”, e não sua. Segundo: não vá se assanhando com as mulheres dessa casa. Eu sou o homem daqui e você não tem vez aqui!

- Hmm... Poligamia?! Interessante!

Ele veio até mim e me agarrou pela gola de meu agasalho.

- Você se acha muito engraçadinho, não?!

- Eleazar, por favor, pare!

O irritadinho me largou, e então pude respirar em paz – não muito, afinal respirar no frio é complicado... Meus pulmões já doíam sem precisar fazer muita força para respirar, sabe... Esse tal de Eleazar sabia como ser desagradável.

- Bem, Damon... Você gostaria de entrar alguns minutos?! Está frio aqui fora, tenho certeza de que você está com frio!

- Sim, sim... – Ao contrário do marido, Carmem sabia ser muuuito agradável.

Entrei na casa, que parecia ser muito simples. Nada de coisas grandiosas ou chiques demais... Nada das viadices da casa onde vivo com Stefan ou a casa daqueles Cullens...

- Sente-se, por favor. Irei lhe trazer um pouco de chá.

- Whisky.

- Como?!

- Whisky. Tem Whisky?!

- Ah, tem sim... – ela ficou desconcertada. Qual o problema com o Whisky?!

Ela saiu e rapidamente voltou, quase me assustei com isso, afinal, eu já estava meio acostumado com essas ações involuntárias dos Cullens.

Me servi de Whisky, e então reparei que os dois me olhavam confusos.

- O que foi? Não gostam de Whisky?! – Eles se olharam. – Ah, sim... Me esqueci que vocês não bebem nada... Aliás, não bebem, não comem, não dormem... Aff... – Povinho estranho, viu...

- Como sabe tanto de nós? – era o intragável Eleazar.

- Conheço os Cullens, sabe... Emmett me falou sobre vocês, então vim conhecê-los!

- Ah, você os conhece? – era Carmem.

- Sim, conheço há pouco tempo, mas os conheço sim... Aliás, eles me falaram de umas Denali. São vocês, certo?!

- Bem, sim... As Denali mesmo são irmãs, elas são a Tanya e a Kate.

- Ah... – Comecei a olhar algumas fotos na estante da sala. Nelas havia três moças que eu não conhecia, e eles dois. – São aquelas moças?!

- Sim. A primeira é Kate, a segunda é Tanya e a terceira é Irina.

Levantei e fui ver de perto a foto.

- Kate?!

- Sim.

Ah, esse nome me lembra algum outro... Só que a moça é muito diferente da que eu conheço!

- Hmmm... Engraçado, parece que conheço essa terceira moça de algum lugar!

- Ah... Bem, se conhece mesmo, vai ficar chateado em saber que ela já morreu!

- Morreu, é?!

- Sim, ela é a terceira irmã, e morreu em um... Bem, trágico acidente com os Volturi.

Como que é? Até me engasguei com o Whisky!

- Como?!

- Bem, creio que conheça os Volturi para ter essa reação!

Bem até demais, moça!

- Irina contou aos Volturi que os Cullens tinham transformado uma criança em vampira.

- E transformaram mesmo? Carlisle me falou tanto dos Volturi, eu percebi que são realmente pessoas pelas quais não devemos nunca nos dar as honras de encontrar, e ele não tem cara de quem iria contra alguma regra dos Volturi!

- Sim, é bem por aí... – Cara, o tal do Eleazar sabia sorrir! – Mas, não, eles não transformaram ninguém... É só Irina que disse ter visto uma criança vampira, mas, na verdade, era Nessie.

- Ah, sim... A menininha que curte motobikes e ficar toda suja de lama!

- Sim... – Kate respondeu sorrindo. Cara, ela era linda mesmo!

A porta se abriu, e duas mulheres lindas entraram por lá. A moça loira aruivada, que devia ser a Tanya, entrou primeiro. A segunda, uma beldade loira – realmente beldade – entrou depois.

- Olha só, visitantes! – era a mais alta, a... Tanya?!

- Damon Salvatore, a seu dispor!

- E que cavalheiro!

Acabei rindo com o elogio, mas ela não me chamou muita a atenção. Me interessei mais na Kate, a loirinha. Linda! Perfeita! Beldade!

- Oi, sou Damon!

- Oi, sou Kate.

- Lindo nome. Belíssimo!

- Que bom que gostou...

Ficamos ali parados, um olhando para o outro. O que eu diria para quebrar o gelo entre nós?! Hmm...

- Então, você sempre morou aqui no Alasca?!

- Sim, sempre. Sempre morei com minhas irmãs também.

- Ah, que legal. Eu também moro com um irmão. Ele se chama Stefan, e é bem sem graça.

- Ah, minha irmã é legal. Irina também era.

- Sim, fiquei sabendo de Irina. Minhas condolências.

- Ah, obrigada.

- De nada.

O gelo voltou. Minutos depois, tive uma ideia.

- Que tal darmos uma volta? Se você é daqui, conhece bem o local, né?!

- Bem, sim, claro. Mas, não gostaria de conhecer a casa primeiro? Tipo, o quarto que você vai ficar aqui!

- Eu posso ficar aqui?!

- Ele vai ficar aqui?! – era Tanya.

- Ele vai ficar com a gente? – era o estúpido do Eleazar.

- Bem, você quer ficar?! – era a minha beldade.

- Adoraria!

- Bem, então vem, vou lhe mostrar seu quarto!

Subimos as escadas, deixando todos lá embaixo espantados com a velocidade de nosso relacionamento. Ah, agora vai! Deve ser o poder do nome.

- Bem, esse é o seu quarto!

Ela abriu a porta e me mostrou um quarto até que espaçoso. A cama tinha cara de ser aconchegante, pelo menos. Que bom!

Ela foi até a janela, a abriu e nos sentamos lado a lado na cama.

- Você é da onde?!

- De Mystic Falls, Wyoming. Conhece?

- Ah, não, desculpe.

- Não, não, não... Não se desculpe, querida. Para falar a verdade, eu me assustaria se você conhecesse. – Literalmente, só povo endiabrado vai pra lá, poxa!

- Ah.

- O que gosta de fazer?

- Bem, Tanya e eu costumamos caçar juntas, e vamos às compras de vez em quando. E... Bem, não há muito o que se fazer por aqui...

- Hmmm... Então, eu... Bem, eu queria tentar uma coisa...

- O que?!

Olhei bem fundo em seus olhos dourados. Era quase líquido, eu podia sentir como se fosse ouro derretido. Quase hipnotizado de tanto olhá-la – a deixando totalmente impaciente –, cheguei para mais perto dela. Sussurrei em seu ouvido.

- Eu estou cansado de falar.

Ela deu um meio sorriso, meio nervosa, e então veio para mim. Nos beijamos, e foi incrível!

Depois de muito amasso, e... Enfim... Parei para encarar o teto do quarto, Kate estava deitada tranquilamente em meu peitoral.

Ha! Por essa Stefan não esperava... Tudo bem que Stefan nunca espera nada que venha de mim, mas... por essa ele não esperava!

Percebi que não havia barulho algum lá embaixo.

- Onde todos foram?!

- Devem ter saído para nos dar liberdade.

- Que bom... Ouvir a irmã gemendo não deve ser algo muito... legal... – Eu que o diga... Já pensou “pegar” Stefan e Elena lá, no vamos ver?! Que horror! Quase chega a me dar náuseas...

- É mesmo. Aliás, Damon, quanto tempo vai ficar comigo?

- Você é bem direta, não?! – fiz uma piada, mas pela cara dela, ela não interpretou como tal. – É brincadeira, amor... Bem, eu gostaria de ficar muito tempo ainda.

- Tempo o suficiente para um “felizes para sempre”?

- Isso lhe faz feliz?!

- Sim.

- Então está tudo bem! Felizes para sempre!

Ela suspirou e tornou a deitar sua cabeça em meu peitoral. Sua pele era fria, assim como o dos outros vampiros, mas eu não me importava. Ela era uma boa moça, e “quente” também, mas uma boa moça...

Continuei encarando o teto. Quanto tempo eu ficaria aqui, eu não sei direito, mas eu sei que eu iria fazer o possível para ficar o máximo de tempo com essa beldade. Sabe, eu tinha gostado dela... Me fazia lembrar de... Ah, velhos tempos... Bons tempos...

sábado, 27 de novembro de 2010

Harry Potter & The Deathly Hallows - Part 1


Cara, o melhor da série, sem mentira. *-*

Spoilers abaixo!

Seguiu bem direitinho o livro, apenas umas mudanças, todas para melhor, como na morte de Edwiges, que morreu tentando ajudar o Harry a fugir do comensal da morte.

Uma parte que me chamou muita atenção, logo no início do filme, foi o "Obliviate" da Hermione em seus pais, para protegê-los. Imagina como ela teve de ser forte, fazer os seus pais esquecerem de você, apesar de ser para o próprio bem deles...

Outra cena muito boa da Hermione foi na hora que ela estava sendo torturada pela Bellatrix, CARA, CORTADA! Quando eu vi o "muggleblood" que a maldita Bella havia cortado no braço da nossa bruxa prediletta, me deu vontade de matar aquela {repito} maldita comensal.

Agora falando sobre o Rony. A parte em que ele salva o Harry quando ele está preso no lago ficou ótima, assim como sua atuação na hora de acabar com a Horcrux do medalhão.

E o seu beijo com a Hermione?! É, vai ficar para a parte final mesmo... Mas em compensação tivemos um beijo entre o Harry e a Hermione... :x

Sobre o Harry, eu amei quando ele jogou o feitiço de estuporar na Dolores Umbridge. Eu vinha querendo isso desde o quinto filme/livro! A fuga da mansão Malfoy também ficou ótima, e duvido que qualquer um não tenha ficado com lágrimas nos olhos quando o Dobby disse, na praia:

"Que lugar lindo... Para ficar com os amigos..."

O conto dos três irmãos, narrado pela Hermione, ficou super legal, assim como quando a Nagini pula para cima do Harry e da Hermione, após sair do corpo daquela bruxa que eu esqueci o nome.

AAAAAAH, E O INÍCIO ?! Todo mundo ficou com um pouquinho de esperança do Snape salvar aquela professora de Hogwarts que estava sendo torturada pelo Voldemort, né?

Alguém entendeu o que era aquele caco de vidro/espelho que o Harry carregava no sapato, e que na masmorra dos Malfoy pegou na mão e pediu ajuda? Se alguém souber, avisa aqui por comentário! (:

E no final, com o Voldemort abrindo o túmulo do Dumbledore para pegar a varinha das varinhas, duvido que você não tenha pensado que o Vold ia beijar o Dumb! HAHA, todo mundo deve ter pensado isso, sem mentira! :s UAHSUAHUS

Como já esperávamos, ficamos com aquele 'gostinho de quero-mais'. E a raiva não pode deixar de ser contida assim que o Voldemort jogou um raio nos céus para projetar a marca negra e surgem os créditos. Não podia ter acabado!

Mas pelo menos vai ter mais um filme. E esperamos que ele feche com chave de ouro a série que acompanhou uma década de nossa vida, no meu caso, minha infância e adolescência.

E um obrigado especial à J.K. Rowling, eu não sei o que faria se você nunca tivesse escrito Harry Potter.

- Lucas HotDog.




Todos crescemos... Nós, e eles...

Essa foto ficou perfeita *-*

Hogwarts em todos os anos... Como eu queria ter recebido uma carta para ir para lá...

Harry & Hermione, just dancing...


Eu adorei essa parte do filme *-*

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Russet Noon - Capítulo 07: Valhalla

Capítulo 07: Valhalla – Parte 1

Todos os esforços que fiz para encontrar alguém que poderia estar disposto a ensinar-me como fazer uma viagem espiritual finalmente valeram à pena. O eremita de olhos vendados, um ex-monge da Espanha que havia fugido da Europa para escapar de uma sentença de morte, era a única pessoa que concordou em me guiar nesta viagem perigosa.

Os perigos de viajar para o Mundo dos Espíritos eram numerosos demais para mencionar. Originalmente, eu pensei que a pior coisa que poderia acontecer era ficar preso lá fora, como o que tinha acontecido com o nosso Antepassado Lobo, o Grande Chefe Taha Aki, centenas de anos atrás.

Mas o eremita tinha me avisado que havia uma outra ameaça que eu não tinha sequer considerado: os predadores desencarnados que se escondiam nas profundezas mais sombrias do Mundo Espiritual. Segundo ele, essas entidades eram atraídas pelos demônios interiores do viajante.

Em outras palavras, o mais provável era que os medos mais reprimidos e conflitos não resolvidos dos viajantes viriam a se tornar um alvo para os predadores espirituais.

Eu sabia que tinha muita raiva reprimida em mim mesmo, para não mencionar o quanto eu temia que a vampira híbrida que tinha saído da toca para aterrorizar clã Cullen pudesse fazer Nessie vir para o lado negro.

Ainda assim, considerando tudo o que tinha acontecido nos últimos dias, a única opção que eu vi para salvar meu povo era viajar em espírito. E quando digo "meu povo", também quis dizer os Cullen, por causa do grande amor que me ligava à Bella e Nessie, que significam o mundo para mim. Elas foram a minha família, e eu simplesmente não poderia viver sem elas.

Não importava o quanto o Dr. Cullen pudesse ter tentado me convencer a acabar com a aliança entre seu clã e os Quileutes. Talvez eu estivesse em negação grave e tinha deliberadamente me tornado imune aos avisos que todo mundo continuava me dando.

Tudo o que sabia neste ponto era que nada poderia ficar no meu caminho. A única coisa que eu estava focado era a minha missão de levar o talismã para longe da híbrida, pois eu acreditava que era minha última chance de acabar com ela. E, na minha mente, eu me sentia realmente convencido de que ninguém poderia me ajudar a ter sucesso em minha busca para além dos Guerreiros Espirituais. Eles certamente teriam todas as respostas que eu estava procurando, então eu precisava consultá-los a qualquer custo.

No momento em que a criatura sinistra havia assassinado Sam, eu sabia que não havia mais volta para mim. Ela tinha ido longe demais, e eu tinha feito uma promessa de que sua morte não seria em vão. Eu não tinha intenção de desistir, não importa as consequências.

Agora, aqui estava eu à mercê do eremita, enterrado até a minha cara na lama depois de uma caminhada cansativa para a região mais impenetrável da Floresta Hoh. Desesperado para alcançar o meu objetivo, eu tinha concordado em me tornar aprendiz de um alquimista centenário a quem eu tinha conhecido apenas um par de dias atrás. Tudo em troca de aprender o segredo por trás de uma longa prática proibida por meus Antepassados Lobos.

Eu havia confiado ao eremita a tarefa de cuidar de meu corpo, e enquanto isso, meu espírito tinha atravessado para o além, muito além do ponto sem retorno.

Tudo parecia estar indo como o planejado quando comecei a sentir os efeitos das plantas que o eremita tinha me dado. Comecei a ver a energia luminosa que ele descreveu como o meu espírito flutuando para cima e deixando meu corpo para trás, enterrado no solo sagrado onde o eremita o estava vigiando.

Todo o medo e ansiedade em mim dissiparam-se de imediato quando minha mente abriu-se. Fiquei encantado pelas auras que brilhavam em torno das bordas das árvores, pedras e toda criatura naquela floresta.

Um espetáculo de luzes que brilhavam com cores vibrantes se estendia milhas abaixo de mim enquanto eu voava livremente, desfrutando a sensação de fascinante leveza que veio quando não tinha mais um corpo físico.

Eu era muito ingênuo para perceber que este estado de felicidade não iria durar muito. Antes que eu notasse, um vórtice negro começou a abrir como um redemoinho no meio de toda a luminescência, expandindo-se rapidamente na minha frente.

No início, eu não tinha certeza se devia me preocupar, até que senti a forte atração magnética, que começou forçando-me diretamente para seu centro. E foi aí que ouvi a voz de Bella ecoando em torno de mim, chamando meu nome com um sentido de urgência.

Então comecei a entender o lado ruim da viagem em espírito. Como eu não tinha um corpo, não tinha cordas vocais para falar. Tentei responder ao chamado de Bella, procurando desesperadamente a mesma visão que eu tinha visto antes. Mas a influência do vórtice estava ficando mais forte a cada segundo, e tive que concentrar toda a minha energia para resistir.

Enquanto lutava para encontrar a fonte de sua voz, tudo que eu podia ouvir eram os meus pensamentos. Bella, onde está você? É realmente você me chamando?

Até então, eu sabia que não tinha a mínima chance de luta contra esta corrente. Fosse o que fosse, a sua força ia acabar me engolindo, e eu não tinha a menor idéia de onde eu ia acabar indo. Sem meus braços, eu não podia me agarrar a nada. Além disso, eu já tinha voado muito longe acima do dossel para sequer pensar em segurar-me a uma árvore.

Em todas as histórias que ouvi meu pai falando sobre os Guerreiros Espirituais, eu nunca tinha ouvido falar de algum deles encontrar uma coisa assim. O eremita não tinha mencionado nada sobre o que esta misteriosa energia escura seria. Eu estava aqui sozinho, sem o meu corpo e completamente indefeso contra essa coisa que tentava me engolir.

Tanta coisa para salvar Nessie ou vingar a morte de Sam. Eu provavelmente estava sendo sugado para dentro dos reinos inferiores que o eremita tinha me avisado. As profundezas do inferno, onde todos os predadores esperavam em uma emboscada, iria ser provavelmente a minha última morada.

Assim como eu estava pronto para aceitar meu destino, eu finalmente descobri de onde a voz de Bella vinha. Surpreendentemente, ela estava dentro do vórtice. Seu espírito devia estar preso lá dentro, pensei, e, sem hesitar, me rendi à força, permitindo que ele me puxasse completamente.

No momento em que o meu espírito começou sua jornada pelo túnel negro, tudo aconteceu tão rápido que não tive muito tempo para pensar. Minha consciência não podia se manter com o que estava acontecendo à minha volta, então, por um tempo aí, eu me senti como se tivesse perdido em algum tipo de limbo. Ou talvez estivesse suspenso no tempo, preso em um looping, por assim dizer. Eu não tinha certeza do que diabos estava me metendo.

Palavras não conseguiam descrever o enorme sentimento de pavor que se apossou de mim porque todo o meu mundo tinha saído do controle. Uma sensação horrível de estar girando se apossou de mim e fez-me sentir totalmente desorientado. Comecei a me perguntar se eu poderia estar perdendo minha sanidade. Julgando pelos sons que eu ouvia na escuridão, eu sabia que devia estar entrando em um lugar de sofrimento e condenação.

Estava preocupado com Bella e implorava a Deus para que a voz que eu pensava ser dela não se revelasse ser de predadores, tentando me atrair para esse inferno.

Todos os tipos de ruídos perturbadores me abordaram, como se eu tivesse sido colocado no pesadelo de outra pessoa. A pior parte eram os sons de arranhões, como as unhas tentando desesperadamente abrir sua saída para fora de seus caixões, e os gritos de gelar o sangue ecoando à distância. Era inconfundível que o que eu estava ouvindo eram gemidos humanos e gritos de agonia, provavelmente almas torturadas por culpa e remorso, ou talvez apenas os pensamentos de pessoas que não queriam confrontar suas próprias mortes.

Também havia som de vidros quebrando-se, ruídos triturando os ossos, o cheiro da morte e enxofre espalhando-se por toda parte. Esta certamente era uma dimensão diferente, porque todo o majestoso brilho das árvores e da floresta tinha desaparecido junto com a paz que eu sentia quando eu saí do meu corpo. Eu não consegui descobrir onde exatamente eu estava, mas a única coisa que eu sabia era que com certeza não estava mais na floresta Hoh.

Mais e mais vezes, falhei em minha tentativa de encontrar a voz de Bella no meio de todo o caos. Eu podia sentir minha energia drenando-se rapidamente, e, muitas vezes, peguei-me vagando na inconsciência. Mesmo que tivesse um corpo físico, de alguma maneira eu sabia que meu espírito precisava de uma certa energia para sobreviver, então me esforcei para bloquear qualquer entidade que quisesse roubar minha energia vital.

Foi aí que me lembrei do que o eremita tinha me falado sobre os predadores espirituais. Ele disse que meu medo e raiva que iriam atraí-los para mim como um ímã, então eu imediatamente passei a me concentrar em parar de pensar. Isto exigiu que eu esvaziasse completamente minha mente de todas as preocupações, mesmo que isso significasse deixar de lado o propósito da minha jornada aqui.

Tive que deixar minha intuição me guiar, e a única maneira que eu poderia pensar em proteger-me contra os predadores era fazendo o que Sam tinha me ensinado. Tive de meditar e parar meu diálogo interno.

Foi muito difícil no começo, já que tudo em mim queria era chamar por Bella, mas finalmente consegui.

Minha mente ficou em branco, e logo depois, algo dentro de mim mudou. De repente, vi meu espírito de luz, e antes que percebesse, eu estava em um casulo feito de fibras luminosas, cada uma delas se movendo e vibrando muito com fios elétricos.

Agora eu entendia o que o eremita queria dizer quando falou de luz e energia serem a mesma coisa. Meu espírito tinha substância real, e essa substância ficava balançando por fios de luz. Eu era um ser luminoso que não precisava de olhos para ver no escuro. Poderia gerar minha própria luz, usando a minha energia espiritual.

O sentimento de alegria que me penetrou era tal que, por alguns segundos, não percebi o que me rodeava. Fiquei encantado com a magia de ver meu próprio espírito pela primeira vez e simplesmente não poderia desviar o olhar.

Só então ouvi Bella me chamando novamente, e desta vez não era apenas um sussurro.

Jake!, Bella gritou. Jake, me ajude, por favor! O desespero em sua voz me surpreendeu.

Bella, onde você está? Respondi, procurando por ela.

Agora que eu podia ver na escuridão, a dura realidade da minha situação finalmente atingiu-me. Eu podia ver onde estava, e não havia mais como negar o que eu suspeitava o tempo todo. Eu estava em uma dimensão diferente, um lugar horrível, que parecia um covil de demônios. Morte e decomposição estavam por toda parte.

Eu estava no inferno.

Abaixo de mim havia um enorme vazio sem fundo à vista, e, nas paredes da caverna à minha esquerda, conseguia distinguir formas vagas em movimento. Lentamente, me vi flutuando em sua direção, esperando que elas pudessem ser Bella. Fui tão desesperado para encontrar respostas que não me contive. Tinha que ver o que eram essas formas.

Bella, é você?, perguntei e depois ouvi atentamente, mas não houve resposta.

Tudo o que eu ouvia era um barulho nas sombras, então me aproximei. No momento em que fiz minha luz iluminar a parede onde eu tinha visto as formas em movimento, congelei em estado de choque.

De repente, encontrei-me apenas alguns centímetros de distância de um mar de rostos e partes do corpo, cada um deles mutilados e ensanguentados, espalhados nas paredes da caverna, projetando-se aqui e ali, como se toda a parede fosse rebocada com covas rasas. Nenhum pesadelo eu já havia tido na minha vida podia se comparar a este horror.

Assim que fui para longe deles, percebi que estavam agarrados à parede da caverna, para evitar cair no abismo abaixo. Imaginei que deviam ser as conchas astrais da morte, recusando-se a ir embora, como se isso fosse trazer suas vidas de volta.

Mais uma vez, ouvi os gritos e arranhões de mais cedo. Eram eles que estavam fazendo aqueles barulhos horríveis, lutando para segurar suas vidas perdidas, mas não havia mais luz. Era tarde demais para eles.

Um por um, eles perderiam o seu domínio sobre as paredes das cavernas e iriam cair no abismo. Soube então que, finalmente, todos eles acabariam caindo.

Essa era a diferença entre os espíritos dos vivos e mortos. Espíritos vivos como o meu eram luminosos e podiam flutuar sem ter de se agarrar às paredes. Mas os espíritos dos mortos pareciam fumaça. Eram cinzentos e translúcidos, suas formas apenas memórias do que costumava ser quando estavam vivos.

Enquanto flutuava ali, paralisado pela visão de tristeza diante de mim, eu comecei a me sentir drenado novamente. Eles estavam roubando minha força vital, e, desta vez, eu conseguia ver quem estava fazendo isso. Eram eles, as conchas astrais queriam sua vida de volta e não cair no abismo. Suas formas de fumaça começaram a se fechar em mim rapidamente, chegando a me agarrar. Eu sabia que tinha que fazer algo para repeli-los se quisesse sair daqui vivo.

Eu estava prestes a entrar em meu estado meditativo, quando uma força me puxou para a parede. Lutei para me livrar de suas garras até que percebi que sua força era diferente da dos outros. Essa força não era ameaçadora. Não estava tentando roubar minha energia vital. Quando entrei em contato com ela, senti uma estranha sensação de calor, e não demorou muito para que eu entendesse o porquê.

Era o espírito de Bella que tinha me tirado de lá bem na hora.

Você está seguro aqui, Jake, ela disse.

Mas a sua forma era cinza e esfumaçada, assim como a dos outros. Estava morta também.

Bem no fundo de mim, eu realmente quis acreditar que estaria seguro lá com ela, mas os arredores me diziam o contrário. Este esconderijo dela estava me perturbando, para dizer o mínimo, especialmente porque eu sabia que era construído a partir de sua negação pura para confrontar a verdade.

Ela trouxe condenação sobre si mesma quando ela escolheu o caminho do vampiro, e isso parecia ser a razão pela qual seu espírito tinha ficado preso neste reino, perdido na escuridão eterna em isolamento.

A sala em que estávamos se assemelhava à casinha onde ela e Edward tinham se mudado depois do casamento. Aquele conto de fadas "artesanal" que ela tinha me contado, onde planejava viver feliz para sempre com sua nova família de vampiros. Mas este lugar era apenas uma sombra cinza da casa, uma versão grunge do que era, para ser exato.

O papel de parede de laço tinha sido rasgado em diferentes lugares, assim como as cortinas de veludo. Havia teias de aranha por todo o sofá, nas lâmpadas, na mesa e na cama. Um lugar fantasmagórico, na verdade. Não era nem um pouco mais seguro que lá fora, onde havia morte e deterioração.

Mas a parte mais triste era o berço ao lado da cama. Ainda usando seu vestido de noiva, o espírito de Bella flutuou até o berço, cantarolando uma canção de ninar e, então, um sorriso de cortar coração se espalhou em seus lábios. Eu poderia dizer que era um sorriso alegre e feliz de mãe. Ao invés disso, era o tipo de sorriso que você veria em um paciente em um hospício, um sorriso de negação e loucura total.

Esta é Renesmee, Bella disse, com sua mão espectral balançando o berço. Ela não é linda, Jake?

Cheio de pavor, me mudei para o bebê ter um olhar mais atento. Nessie em espírito não poderia estar lá. Eu sabia disso, com certeza. Ela havia nascido meia vampira, de modo que parte dela era humana, e, portanto, viva. Ao contrário de Bella, Nessie não tinha escolhido ser mudada, pelo menos não ainda, eu esperava.

Assim como eu suspeitava, o espírito de Nessie não estava lá. O que Bella pensava ser sua filha era, na verdade, uma velha boneca horrorosa. Seu rosto estava rachado, e um de seus olhos não se abriam.

Eu me arrepiei com a visão e tive que desviar o olhar de imediato. A última coisa que eu queria fazer era sacudir Bella para fora de sua negação. Tinha que salvá-la de alguma forma, libertar seu espírito para fora dessa prisão medonha. Mas para isso era necessária a ajuda de um perito. Eu não sabia como eu iria fazer isso, mas a única coisa que eu sabia com certeza era que eu não ia deixar este lugar sem ela.

Eu tinha que trazer Bella comigo para ver os Guerreiros Espírituais.

Continua...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Damon Visita... - Uma Visita Para Bella Swan


- Hei, o que faz aqui?

- Sonsa! Prazer! Meu nome é...

- Damon Salvatore, eu sei...

- Como sabe?

- Más notícias correm rápido, ainda mais entre vampiros que moram em uma só casa.

- Más notícias, então? É assim que eles chamam quando alguém vai preso injustamente? Engraçado!

- Péssimas notícias. E duvido que foi preso injustamente mesmo... Você tem cara de ser muito encrenqueiro... – Ela olhou para o meu copo. – E ainda é bêbado!

- A última vez que eu fui educado não doeu, sabe?! Você deveria tentar o mesmo.

- Você estava dando em cima da Esme?

- Você estava nos ouvindo atrás da porta? Que coisa feia... tsc tsc tsc...

- Eu tenho uma super audição!

- Eu tenho um pôster do Super Homem no meu quarto!

Ela ficou me olhando sem entender, o que concentrou a sua expressão “sonsa” de seu rosto. Aquilo foi engraçado.

- Quem consegue te levar a sério?

- Mas querida, eu sou sério! – ela me olhou com cara de desconfiada. – Bem, deixa para lá...

Ela não era muito boa em entender as coisas de primeira...

Eu já estava ficando encabulado com ela me encarando, então resolvi puxar algum papo, qualquer assunto para variar...

- O que você poderia me dizer sobre a pobre Nessie?

- Como assim pobre?

- Bem, deve ser muito cruel a pessoa que colocou o nome de Reneesme naquela beldade. Deveria ser de inveja, porque a filha é linda!

- Hei! O que você pensa que está querendo com a minha filha?

- Como? – engasguei. – Você é mãe dela?

- Eu sou, e fique longe dela!

- Mas, como assim? Você é muito bonita para ser mãe! – eu a deixei sem palavras, isso é bom! – E também se parece muito nova!

Ela se virou e estava... furiosa? Qual o problema dessas mulheres?!

- Hei!

- O que é?! – ela virou brava, eu amo mulheres bravas!

Eu não sabia se continuava, eu poderia me arrepender, mas... E daí? O que poderia acontecer? Ela ter namorado também? Dane-se! Eu sei que o namorado dela não é aquele grandão mesmo...

- Olha, eu sei que fui mal educado, eu não sabia... – Se fazer de santo ajudava às vezes. Fazendo isso, pude me aproximar dela e pegar sua mão. – Eu não queria incomodá-la, mas me pergunto uma coisa...

Eu sabia que a curiosidade a corroeria.

- E o que seria? – ela tentava mostrar desdém, mas estava super curiosa... Me lembra alguém... Quem mesmo? Ah, esquece! Foco Damon, foco!

- Bem, você gostaria de conhecer a Itália?!

- A Itália?! Não, obrigada!

- Mas eu tenho uma casa muito bonita lá!

- Os Volturi também!

Ué, até ela já foi má menina?! Ha, por essa eu não esperava!

- Já aprontou, então né?!

- Como?!

- É, você sabe... O que aconteceu?! Foi presa por se mostrar para os outros ou o quê?!

- Para sua informação, querido, eu só fui lá para salvar Edward, que não estava em um de seus bons dias!

- Ixi... O cara é louco assim, então?! Tem um dia ruim e vai lá ser preso um pouquinho!? – Cara louco! Imagine eu então como seria... Se ele teve um dia ruim e foi para lá, e eu que tive um século ruim?!

- Ele não é louco, ele só estava chateado...

- Ah, sim... O branquicelo do meio que ri feito o Chapeleiro Louco é um super psicanalista! – Eu sei ser irônico quando eu quero.

- Olhe, não preciso ouvir nada do que você diz, ok?!

- Não, querida! Volte!

Ela recusou meu pedido, e continuou indo embora.

- Olha, ajoelhar não funciona?! Estou pedindo apenas uma conversa gentil?!

Ela continuou caminhando.

- Não funciona?! Bem, então quem sabe um jantarzinho regado a um bom sanguinho?!

Ela continuou me desprezando. Isso não iria parar por aí, não mesmo...

Corri para perto dela, e então me enfiei em sua frente.

- Você não estava me ouvindo?!

- Sim.

- E por que não voltou?!

- Porque você é uma pessoa fácil de ignorar! – Bem, Katherine que o diga!!!

- Essa doeu, baby...

Ela aproveitou de minha desatenção momentânea e me driblou, passando por debaixo de meus braços estendidos. Ok, isso não ficaria assim. A puxei pelo braço.

- Você não gostaria de dar uma voltinha comigo?!

- Não!

Ela puxou seu braço, mas o segurei com mais força. Ela, muuuuito simpática, me empurrou, o que me fez voar para trás de uma só vez.

Eita mulherzinha forte!

Não costumo recusar pedidos... Talvez de Elena e Katherine, mas... Ok, eu já estava cheio de ser recusado pelas Cullens!

Cheguei para perto de Bella.

- Vamos dar uma voltinha. Agora!

Segurei-a firmemente pelos braços, e então comecei a empurrá-la a força degraus abaixo.

- Vamos ter um jantar muito romântico!

- Você está bêbado! – ela tentou lutar contra.

- Isso é casual, baby... Onde quer jantar?! Algum lugar específico?!

- Eu. Não. Quero. Ficar. Perto. De você! – ela soletrou as palavras como se as próprias me ferissem. Baby, sou ileso a ameaças verbais...

- Algum restaurante que você costuma ir sempre?! De 5 estrelas ou qualquer um de beira de estrada?! Podíamos nos conhecer melhor... – talvez encontremos algum hotel com alguma cama redonda e macia...

Foi então que ela conseguiu se soltar, mas não sem antes me empurrar. Mas, eu não senti o chão como antes. Muito pelo contrário, mãos frias me seguraram feito um abraço mortal. Minha garganta estava cerrada, eu não estava conseguindo respirar direito. Inferno!

- O que você estava pensando fazer com ela mesmo, Damon Salvatore?! – Quem era?!

- Eu... Solta!

- Repete o que você queria fazer com ela! – ele gritava em meus ouvidos.

- Não... sou... surdo!

- Pois parece que é! Alguém já deve ter lhe dito que mexer com as mulheres desta casa lhe trará graves consequências!!!

- Relaxa... cara... – continuei tentando me livrar dos fortes braços que, por sua vez, tentavam me esganar sem pestanejar.

- Relaxa?! Com quem você pensa que está falando?!

Ah, esse cara já estava me dando nos nervos... Me revirei a ponto de me desfazer da gravata, e então escapei para um canto. Olhei para ele, e... bem, eu já imaginava que seria ele o protetor...

- Edward Cullen, quanto tempo!

- Pouco tempo até sua morte infeliz!!!

Ha!

Ele se abaixou em posição de luta, o que eu imitei. Sem perceber, um rosnado brotava de minha garganta. Ele fez o mesmo, e então fomos um contra o outro.

Um forte rugido vinha dele, mas eu não iria ligar para isso.

Acabamos nos empurrando de um lado a outro pela sala. O sofá rolou para um canto, enquanto o vidro da mesinha de centro já não existia mais... Jazia em cacos no chão.

Continuamos nos empurrando. A tentativa de me pegar dele era muito mais eficaz do que a minha de imobilizá-lo. Por vezes ou outras ele conseguia prender meus braços, mas então eu conseguia me desvencilhar.

Após um forte choque entre braços, ele recuou e pareceu se preparar para outro ataque. Não recuei, e então me preparei. Ele começou a correr em sua velocidade vampírica, mas isso não me deixou em desvantagem. Eu também era muito rápido.

Começamos a girar, como lutadores de boxe – a única diferença é que a luta de agora não era tão “amistosa” e não tinha juízes ou espectadores por aí.

Ele deu o primeiro passo, e então fui em sua direção. Nossas mãos se chocaram, e o barulho do choque ecoou pela casa. Eu estava começando a ficar em desvantagem, estava escorregando para trás. Se eu continuasse nessa, eu perderia feio. Firmei o pé no chão, que começou a abrir em buracos.

Ele não reteve sua força, muito pelo contrário, só aumentou. Sua face era de raiva... Não, mais do que isso... Fúria. A mais extrema e interceptível fúria... Ele me atacaria por tudo o que eu fiz a sua família.

Não medi esforços para continuar lutando, mas sua força era superior a minha. Seus dedos apertaram minhas mãos como se fossem presas de titânio. Eu comecei a ouvir estalos, e então recuei.

Droga. De meus queridos dez dedos, eu já mal sentia três deles, e um deles estava virado para trás. Quebrados!

- Cara, agora você conseguiu me deixar irado!

- Jura?! Então vem seu babaca! Mostra que homem!

- Não chama, ou irá se arrepender!

- Vou?!

Corri para ele, pronto para outra investida, e ele vinha em minha direção. Não liguei para meus dedos doloridos, apenas investi com o máximo de força que tinha com os ombros.

Nos viramos e continuamos o embate, mas então o grandão intercedeu. Ele entrou na minha frente e ficou parado com os braços cruzados.

- Qual é?! Vai sair ou vai ficar aí parado admirando?!

- Cara, se manda, está bem?! Já chega! Você já xavecou todas as mulheres dessa família... Se manda!

- Edward, eu não acredito que você estava lutando! – era Esme, a beldade-mor.

- Desculpe, Esme. Mas você tem de entender que isso já passou dos limites há tempos!

Stefan e Carlisle entraram correndo pela sala da frente.

- O que aconteceu?! Ouvimos barulhos de longe, e então viemos correndo o máximo que pudemos!

- Eles estavam brigando! Lutando!

- Acalme-se, Esme. Está tudo bem agora! – Carlisle foi atender sua mulher. – Emmett, não deixe que Damon insista em outra investida.

- Claro! – ele continuou parado à minha frente de braços cruzados.

Stefan veio a meu lado.

- Incrível como eu não consigo lhe deixar sozinho sem que você não arranje confusão!

- Ah, relaxa irmãozinho... Eu só queria dar uma volta com a sonsa...

- Com quem?!

- Argh... – Edward estava irritadinho?! Por quê? Era a verdade... A namorada dele tinha cara de sonsa, e daí?! A culpa era dele, por acaso?!

- Chega, Damon. Vamos embora! Me desculpem pelos transtornos, Carlisle. Eu juro que essa não era a intenção, arranjar problemas para vocês...

- Tudo bem, Stefan. A culpa não é sua em ter um irmão abestado! – esse Edward estava aclamando por confusão...

- Eu sei. Vamos Damon, vamos embora agora!

- Mas foi ele quem começou!

- Ele?! Você é quem chega aqui e sai xavecando todas as mulheres, e ainda a culpa é deles?! Damon, já chega! – Ele falava e apontando para mim. Era uma ameaça?! – Você não é mais uma criancinha. Além do mais, eu sou o irmão mais novo, eu é quem deveria dar trabalho, não você!

- Ok, ok... Já chega de babaquices! Vou embora! – me virei para ir embora, mas Stefan estragou a minha deixa do palco e me puxou pela camisa para trás.

- Damon, volte já aqui. Você vai pedir desculpas a todos por seus atos!

- Eu não vou pedir nada!

Ele bufou.

- Esme e Carlisle, mil perdões pelos inconvenientes causados pelo meu irmão. Esme, me desculpe pelo chão... Me desculpe mesmo. Emmett e Edward, me perdoe pelos atos dele!

- Ah, beleza, cara... – o grandão sem cérebro respondeu.

- Ok, mas mantenha-o longe daqui! Da próxima vez não irei medir esforços...

Comecei a rir, então Stefan me deu um soco no braço.

- Já chega, Damon. E pede logo desculpas!

- Ok, ok... Desculpas a todos – disse em um tom exageradamente pacífico, um totalmente Stefan, nada meu... – Agora vamos embora.

- Vamos. Me desculpa, mais uma vez.

- Tudo bem, Stefan. Compreendemos o que você passa, ainda mais depois de nossa conversa. – O que foi conversado? O que aconteceu?! – Pode ficar tranquilo.

- Ok, obrigado. Quanto ao chão, eu pagarei. E, quanto a Elena... Alguém sabe se ela irá demorar com Alice?!

- Bem, a baixinha costuma demorar... Faz o seguinte, liga para ela, ou para Elena mesmo.

- Ou então deixa elas terminarem as compras em paz e depois você... – Ouvimos um carro parar derrapando aos fundos. Segundos depois, Alice entrou correndo na casa.

- O que aconteceu?! Eu vi que Edward e Damon iriam brigar feito loucos! E, pelo jeito do assoalho, realmente brigaram!

Ninguém respondeu.

- Elena!

- Stefan, o que aconteceu? Alice disse que Damon iria se machucar feio em uma briga com Edward!

Ela disse isso?! Que indelicadeza da parte dela!

- Bem, Damon precisou para aprender...

- Ah, sem drama. Olha só, estou bem. Só uns dedinhos meio estranhos, mas nada do que alguns goles de whisky e um pouquinho da força vampírica do irmão para recolocá-los ao devido lugar!

Elena não pareceu se preocupar. O usual... Inferno!

- Bem, agora vamos! – Stefan começou a me empurrar em direção a porta. Para falar a verdade, não resisti muito... Eu queria ir embora mesmo...

- Sim, obrigada por tudo. Você são pessoas maravilhosas, em especial você Alice!

- Ah, obrigada. Me mande mensagens. Ou e-mail. Ou twitta alguma coisa!

- Sim, sim... Irei. Obrigada.

Já estávamos descendo os degraus da entrada da casa, e vimos um táxi nos esperando. Stefan se virou e viu Carlisle, Alice e Emmett.

- Obrigado, Alice!

- Disponha!

Fui direto ao táxi, e entrei. Stefan e Elena entraram em seguida, mas antes que pudéssemos partir, o grandão apareceu na minha janela. Infeliz!

- Só uma coisa: por que queria tanto sair com uma Cullen?! Você sabia que todas eram comprometidas, então por que insistiu?!

- Eu gosto de ter atitude!

- Damon é um idiota! – Stefan era tão expressivo, às vezes...

- Bem, você pode tentar alguma “parente” nossa solteira.

- Ah é?! E desde quando vampiros como vocês tem parentes?!

- Bem, são nossas amigas. Não moram aqui, elas são do Alasca, mas tem os mesmo hábitos que nós!

- Ah, ok... – Hmmm... Interessante! Quem sabe eu vá fazer uma visitinha às beldades no Alasca.

- Obrigado, Emmett, mas não deixarei que ele vá atrás delas também... É confusão demais para mim em um curto espaço de tempo!

- Ah, então tá bom... Falou, galera!

O taxista se virou para nós.

- Para onde?!

- Mystic Falls, Wyoming.

O homem ficou boquiaberto, não sabia o que responder...

- Não se preocupe, nós temos dinheiro para pagar a viagem de ida e volta senhor...

Ele se virou, ligou o carro ainda pasmo e partimos. Hmmm... Alasca...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Damon Visita... - Uma Visita Para Esme Cullen


Damon

Tive de obedecer Stefan, não havia mais remédio. Como não queria voltar a ver os Volturi, eu teria de aprender com Carlisle o necessário para evitá-los.

Bem, a contra gosto, segui com Carlisle a Forks. Desta vez, eu seria realmente convidado, o que, na verdade, não tinha muita graça.

Da Itália para os Estados Unidos só havia um jeito para Elena e Carlisle, e era de avião... Uma pena, pois Stefan e eu tínhamos meios mais rápidos. Eu gostava daquela sensação “cabelos ao vento”... Se bem que seria “penas ao vento”...

* * * * *

Horas depois...

A propósito, muitas e muitas horas depois...

* * * * *

Chegamos ao Aeroporto Internacional de Washington, pegamos nossas coisas e então Elena quis pegar algo para comer. Agora era mais um tempo de carro até Forks. Isso já estava começando a me aborrecer...

A esposa de Carlisle, a bela Esme, nos aguardava do lado de fora do aeroporto. Confesso, fiquei impressionado com sua beleza... Eu já tinha me esquecido disso, cara...

Entramos no carro e então ela “sentou” o pé no acelerador. Cara, ela gosta de correr... Ela é das minhas...

Elena estava sentada entre Stefan e eu no banco de trás. Ela estava até pálida de medo...

No caminho para Forks, o doutor contou tudo o que eu havia “aprontado” na Itália. Eu me sentia uma criança levada ouvindo a conversa séria de seus pais sobre si própria. Ouvindo ele contar, eu até parecia um estúpido. Bem, eu estava me sentindo assim no momento...

* * * * *

Quando eu já estava babando no ombro de Elena, chegamos a Forks.

Antes mesmo de sairmos do carro, Alice estava toda contente no pé da escada.

- Que bom que já chegaram! – Ela notou a minha existência e, então, o tom de sua voz mudou. – Você teve sorte por ter saído de lá ileso. Aro já havia decidido ficar contigo. Você tem muita sorte por Carlisle sentir compaixão por você, caso contrário, você estaria perdido!

Quanta sinceridade em uma pessoa tão pequena!

Eu responderia algo, mas decidi ficar quieto só por hora. Alice era uma boa pessoa – meio chatinha de vez em quando, mas boa pessoa –, mas eu não ia dar um fora nela já na chegada, não depois de tudo o que aconteceu...

Hmmm... Quem sabe mais tarde...

Ela abriu espaço para que passássemos, o que fizemos. Carlisle, que veio por último, fechou a porta e ficou perto de Esme. Olhei para o resto do hall de entrada. Eu já estava farto de ser o “segura velas” dos conhecidos, mas... Quem mais eu seguraria? Rosalie me descartou... Nessie nem pensar... Alice também não rola mais...

- Vocês querem algo para tomar?

- Whisky!

- Damon! – Stefan era um sem graça elevado ao extremo.

- O que foi? Qual o problema com o whisky? É bebida também!

- Damon!

- O que foi Stefan? Deu para aprender meu nome agora e quer mostrar que sabe para todo mundo?

Stefan bufou e Elena continuou fazendo de conta que não sabia de nada.

- Tudo bem. Esme, você poderia pegar para ele enquanto eu levo Stefan ao meu escritório?

- Sim amor, claro! – ela respondeu toda contente, mas o seu sorriso apenas durou até encontrar o meu. Pouf... Foi embora como um banho de água fria. Ok, já estou me acostumando...

- Aonde vocês vão? – eu quis saber. – Vocês vão continuar falando de mim, né?!

- Damon, tenho coisas a conversar com seu irmão. Eu gostaria de tirar possíveis dúvidas quanto aos Volturi.

Ah sim, então, na verdade, eles continuariam falando de mim...

Alice parou perto de Elena.

- E você vem comigo. Comprei um estojo de maquiagem e quero testá-lo em mais alguém além de Esme, Rose, Bella e Nessie!

Sem pestanejar, Alice começou a puxar Elena escada a cima. A coitada nem tinha chance de lutar contra, era impossível.

Nos olhamos sem entender, Stefan e eu, mas... Que vá logo, Elena! Menos uma falando de mim!

- Vamos? – Carlisle chamou Stefan, que então se virou para mim.

- Comporte-se!

- Sim, papai. Serei um menino muito bonzinho, mas em troca, quero aquele videogame caro de Natal! – brinquei com ele. Ele olhou em resposta com uma cara... Deus, Stefan tinha a alma de um velho rabugento!

Ele seguiu Carlisle e eu... Bem, eu segui meu whisky.

Fui até a cozinha e encontrei Esme no telefone com alguém. Deixei ela perceber do meu jeito delicado que eu estava lá a espera do meu sagrado whisky – comecei a fazer “tin tins” batendo um copo no outro...

Ela olhou de canto impaciente para mim, e disse que precisava desligar. É, eu sabia chamar a atenção.

- Desculpe-me, Damon.

- Ah, que nada. Não precisa se desculpar, não... Relaxa. – É só dar o meu whisky que fica tudo certo, acrescentei mentalmente. Bem que o leitor poderia estar aqui para isso, né?!

Ela me olhou incrédula, não sei o motivo, mas não disse nada. Mulheres... Ficam bravas, mas não falam nada, e ainda depois querem que a gente descubra!

Mas, Esme era diferente. Ela era muito mais bonita do qualquer outra mulher que já tenha visto... Com exceção de Rosalie, apesar da sua falta de gosto em ficar com aquele cara sem cérebro...

- Sabe, você até que é bonita para uma mãe!

- Ah, obrigada... – Isso a deixou sem graça, o que a deixou charmosa.

- Sabe, na verdade, você é muito charmosa!

- Obrigada. – Agora era a hora que ela ficaria vermelhinha de vergonha. Ah, eu adorava essa parte!

- Na verdade, você é muito gostosa!

- Ah... – Ela não sabia nem o que falar. Cara, a mamãe estava caidinha por mim.

Eu sempre soube que eu era irresistível – Elena e Katherine é que não sabem... Um dia elas aprendem...

- Damon?

- Ahn?

Esme estava toda caidinha por mim, eu sabia disso...

Cara, eu ia catar uma Cullen, finalmente. E ainda era a mamãe Cullen, a mulher mais “experiente” de todas as outras...

Nossa, já estou até imaginando ela de lingerie. Eu sempre quis pegar uma mãe, sabe...

- Damon?! – ela me tirou de meus devaneios.

Voltei a olhá-la nos olhos. Isso sempre dava certo nas paqueras.

Tentei me concentrar em sua voz, em seus olhos cor de mel, tão profundos e doces que eu poderia viver ali para sempre, mas eu não consegui me prender na vida real... Eu estava apenas imaginando as imagens mais sujas e safadinhas...

Sorte minha o leitor de mentes não estar aqui... Ou ele está e não veio aqui por conta do teor de meus pensamentos? Ou por saber que eu sou mais forte do que ele, por ser mais velho?

Enfim, ele não importava... A única coisa que realmente interessa é essa rainha em minha frente com esses olhos magnificamente sedutores. Era quase que um crime ficar olhando-a sem parar...

Cara, será que eu pedisse um banhinho, ela me daria?

Hmmm...

- Damon!!!

- Oi amor!

- Ah, Damon, por favor... – Ela estava se fazendo de difícil... Todas as mulheres fazem isso, mas é exatamente quando fazem isso que demonstram que estão a fim de nós, homens...

- Ah, sim, eu sei... Muito cedo para te chamar de amor?

- Ah, não...

- Então estamos indo rápido demais, certo?

- Não...

- Ah... – Tentei achar mais algum motivo. – Você não gosta?

- Eu odeio que...

- Ok, ok... Compreendido e anotado, querida. Você gosta de querida, certo?

- Damon, por favor...

- Sim, sim, querida... Peça o que quiser... Estou a seu dispor – fiz uma reverência meio exagerada... Mulheres adoram esses tipos de coisas...

- Bem, obrigada, mas então peço duas coisas você.

- O que quiser!

- Toma logo seu whisky e me deixa em paz!

O QUÊ? O que aconteceu com aquele lance de nós nos amávamos loucamente? O que aconteceu com o mamãe e papai que eu já estava pensando?

- Desculpe, mas...

- Não se faça de desentendido. Tome logo seu whisky e vá pra lá.

Ela bateu o copo na mesa e saiu da cozinha.

Poxa, cara, eu tinha certeza de que ela me amava assim como eu a amava também...

Putz... Nasci para sofrer... Deve ser karma, se é que essa porcaria existe... Não, só pode ser isso...

Mas, já que eu estava sem a minha “rainha mamãe gostosa”, peguei a garrafa de whisky e resolvi passear pela casa... Quantos cômodos será que tem apenas no andar de baixo?

Fui para a sala, e quem estava descendo as escadas?

- Hei, o que faz aqui?

- Sonsa!